Quem vem lá?

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Vida



Fale por nós, Chico! Porque hoje eu não consigo falar por mim.
...



Vida, minha vida Olha o que é que eu fiz

Deixei a fatia mais doce da vida

Na mesa dos homens de vida vazia

Mas, vida, ali, quem sabe, eu fui feliz


Vida, minha vida Olha o que é que eu fiz

Verti minha vida nos cantos,

na pia Na casa dos homens de vida vadia

Mas, vida, ali, quem sabe, eu fui feliz


Luz, quero luz Sei que além das cortinas são palcos azuis

E infinitas cortinas com palcos atrás

Arranca, vida Estufa, veia E pulsa, pulsa, pulsa, Pulsa, pulsa mais

Mais, quero mais Nem que todos os barcos recolham ao cais

Que os faróis da costeira me lancem sinais

Arranca, vida Estufa, vela Me leva, leva longe, Longe, leva mais


Vida, minha vida Olha o que é que eu fiz

Toquei na ferida, nos nervos, nos fios Nos olhos dos homens de olhos sombrios

Mas, vida, ali, eu sei que fui feliz


Luz, quero luz Sei que além das cortinas são palcos azuis

E infinitas cortinas com palcos atrás

Arranca, vida Estufa, veia E pulsa, pulsa, pulsa, Pulsa, pulsa mais

Mais, quero mais Nem que todos os barcos recolham ao cais

Que os faróis da costeira me lancem sinais

Arranca, vida Estufa, vela Me leva, leva longe, Longe, leva mais


Vida, minha vida Olha o que é que eu fiz...

quinta-feira, 27 de maio de 2010

A coragem do amor que dura


Hoje, depois de tomar um café preto e espantar o risco eminente de uma ressaquinha se aproximar, abri o jornal. Folha. Ilustrada. Fui direto na coluna de um cara que admiro muito, o Contardo Calligaris e me deparei com o texto que reproduzo abaixo. Corajoso, verdadeiro e sensível. Veio de encontro aos últimos pensamentos que me fazem perder o olhar pela janela.

Ah, e a quem possa interessar, eu fiz um twitter: @janelasdemarina. Ainda não sei bem como mexer nessa budega, mas não deixa de ser mais um canal. Haja o que dizer hein!


A coragem do amor que dura


"Prolongando observações da semana passada sobre "Quincas Berro d'Água", vários leitores e leitoras observaram que a literatura e o cinema, em geral, glorificam a coragem de quem, um belo dia, chuta o balde e vai embora.E como ficam os que passam a vida inteira deslocando o balde para estancar as goteiras? Será que eles são todos covardes e acomodados?É inegável: nossa cultura idealiza a ruptura, a aventura, a saída para o mar aberto. Em matéria amorosa, o momento que preferimos contar é a hora do apaixonamento.Depois disso, gostamos de imaginar que "eles viveram felizes para sempre", mas sem entrar em detalhes que poderiam transformar a história numa farsa.Uma boa solução, aliás, é que os amantes morram logo. O sumiço (de ambos ou de um dos dois) evita que a comédia da vida que levariam juntos contamine a apoteose do encontro inicial. Os amantes ideais são os que não duraram no tempo: Romeu e Julieta, o jovem Werther e Charlotte, Tristão e Isolda.Concluir o quê? Que a coragem é sempre a de quem deixa a mornidão de seu conforto para se queimar num instante de paixão? Será que não pode haver coragem nos esforços para que o amor dure?É óbvio que a duração não é um valor em si: uma relação pode durar a vida inteira e ser uma longa e insulsa experiência repetitiva, sem amor algum. Mas, inversamente, será que as paixões-relâmpago são amores? Enfim, seria útil dispor de uma definição do amor.Justamente, li nestes dias um livro que me tocou, "Éloge de l'Amour" (elogio do amor, Flammarion 2009, ainda não traduzido para o português), de Alain Badiou; é a transcrição de uma breve entrevista do filósofo francês.Nela, inevitavelmente, Badiou constata que, em nossa cultura, a visão dominante do amor é a de uma espécie de "heroísmo da fusão" dos amantes, que, uma vez consumidos por sua paixão, podem sair de cena (para não se tornar ridículos) ou sair do mundo e morrer (para se tornar sublimes).Contra essa visão, Badiou define o amor mais como um percurso do que como um acontecimento: segundo ele, o amor precisa durar um tempo porque é "uma construção".Confesso que fiquei com medo de que o filósofo nos propusesse amores tagarelas, em que os amantes não parariam de discutir a relação (claro, para construí-la). Por sorte, não se trata disso. Então, o que constroem os amantes?Geralmente, explica Badiou, minha experiência do mundo é organizada por minha vontade de sobreviver e por meu interesse particular: vejo o mundo só de minha janela.Certo, ao redor de mim, há muitos outros de quem gosto e aos quais reconheço o direito de também sobreviver e promover seus interesses.Mas o fato de eu respeitar esses meus semelhantes não muda em nada meu ângulo de visão. É só quando amo que consigo olhar, ao mesmo tempo, por duas janelas que não se confundem, a minha e a de meu amado. A estranha experiência ótica faz com que os amantes reconstruam o mundo, enxergando coisas que ficam escondidas para quem só sabe olhar por uma janela.Entende-se que o amor assim definido exija tempo. Quanto tempo? Um mês, um ano, uma vida, tanto faz. Consumir-se na paixão pode ser rápido, mas reinventar o mundo a dois é uma tarefa de fôlego.O amor segundo Badiou, em suma, é uma aventura, mas que precisa ser obstinada: "Abandonar a empreitada ao primeiro obstáculo, à primeira divergência séria ou aos primeiros problemas é uma desfiguração do amor. Um amor verdadeiro é o que triunfa duravelmente, às vezes duramente, dos obstáculos que o espaço, o mundo e o tempo lhe propõem".Você aprecia a definição, mas a acha um pouco abstrata? Gostaria da história de um amor que dura e se obstina sem se tornar pesadelo ou farsa? Pois bem, acabo de ler um texto comovedor, bonito e capaz de ilustrar e explicar perfeitamente as palavras de Badiou.Em "Amar o Que É: Um Casamento Transformado" (Objetiva), Alix Kates Shulman conta como ela e Scott, o marido, reinventaram o mundo, a dois, obstinadamente, depois de um acidente que precipitou Scott numa forma de demência.Há momentos difíceis, sacrifícios e durezas, mas, curiosamente, o relato não chega nunca a ser triste porque se trata de uma extraordinária história de amor.”

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Bigorna nossa de cada dia


“Ele faria da queda um passo de dança,
do medo uma escada
do sono uma ponte,
da procura, um encontro”

Se tem um livro que me marcou demais foi “O Encontro Marcado”, do Fernando Sabino. Foi uma dessas delícias de obra que a gente fica com pena de terminar de ler e tem saudade das personagens.
Quando li passava uma temporada num lugar que significa muito pra mim, a Praia do Sono (saudade louca... Do lugar? Do que eu era... enfim). Depois da última página fechei o livro, fiquei em silêncio um tempão. Olhei o pôr do sol e tive uma emocionada crise de choro. Tinha a impressão que falava sobre mim, sobre as possibilidades que a vida oferece, as mudanças, sobre coisas que em determinados momentos nos valem ouro e que depois não queremos nem de graça (e vice-versa), sobre o valor das amizades e também da nossa inevitável falta de controle diante de alguns acontecimentos.
É a estória de um cara em desesperada procura de si mesmo e da verdadeira razão de sua vida. Quase absorvido por uma brilhante boêmia intelectual, seu drama interior evolui subterraneamente, expondo os equívocos que frustravam sua existência e sufocavam suas vocações. É uma estória linda que trata de prazeres fugidios, desespero, cinismo, desencanto, melancolia e tédio, que se acumulam no espírito de um jovem escritor que amadurece num mundo desorientado.
Gostaria muito de reler esse livro, presente de uma criatura que amo com tudo que posso (pois só assim sei amar), mas depois de cumprir sua missão de me fazer experimentar sensações incríveis, o pobre livro acabou desfolhado numa poça de água da chuva, dentro da minha barraca.
Num momento da estória, a personagem principal - o escritor Eduardo Marciano - acumula uma série de cagadas pela vida e vai conversar com um padre, pedindo uma solução para aliviar-se da culpa que sentia. E o padre dizia algo como “meu filho, se houvesse um remédio pra culpa todo mundo ia querer.” E sendo assim Eduardo seguiu pela vida levando o peso da culpa por coisas que ficaram no passado e que não poderiam ser mudadas.
Assumir-se culpado é como renunciar à reflexão e à evolução. É como se tudo se resolvesse num rótulo: “culpado” e acabou a conversa. Melhor que isso só com “desculpa”, aquela palavrinha mágica que desfaz a culpa.
Recurso muito usado por irresponsáveis é assumir simplesmente que tem culpa. E não se coloca no lugar do outro, não aprende, se arrepende, não muda, não cresce. Quem culpa os outros também sofre a mesma anestesia. A batata quente vai para a mão seguinte e pronto. Evita-se assim o desgaste de pensar nos próprios limites, no que planta e no que atrai pra si dia após dia.
Culpa é invenção da igreja católica, auto-punição pra quem não se sente capaz ou não tem vontade de mudar sua realidade e precisa aplicar o peso de suas atitudes em qualquer coisa que não seja seu coração.
Mas assim como na vida de Eduardo, o Grande Encontro acontece, cada um com sua verdade. Hoje escrevi verdades em um jornal que amanhã vai virar forro de gaiola, e aí eu vou escrever outra. Porque acho possível que ela mude. Ainda bem. Senão quem estaria presa em gaiolas junto com minhas verdades seria eu.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Na batida da segundona




E numa tarde fria de segunda-feira... Esse som caiu-me muito bem.
Queria tanto, neste momento, ter escrito essa letra que penso em processar o Zeca Baleiro por plágio.
É a minha pedida.

Piercing


"Quando o homem inventou a roda, logo Deus inventou o freio, um dia, um feio inventou a moda,e toda roda amou o feio"
Tire o seu piercing do caminho que eu quero passar, quero passar com a minha dor

Pra elevar minhas idéias não preciso de incenso
Eu existo porque penso tenso por isso existo
São sete as chagas de cristo São muitos os meus pecados
Satanás condecorado na tv tem um programa
Nunca mais a velha chama
Nunca mais o céu do lado Disneylândia eldorado
Vamos nós dançar na lama Bye bye adeus Gene Kelly
Como santo me revele como sinto como passo
Carne viva atrás da pele aqui vive-se à míngua
Não tenho papas na língua Não trago padres na alma
Minha pátria é minha íngua Me conheço como a palma da platéia calorosa
Eu vi o calo na rosa eu vi a ferida aberta
Eu tenho a palavra certa pra doutor não reclamar
Mas a minha mente boquiaberta
Precisa mesmo deserta Aprender aprender a soletrar

Tire o seu piercing do caminho Que eu quero passar
Quero passar com a minha dor

Não me diga que me ama
Não me queira não me afague
Sentimento pegue e pague
emoção compre em tablete
Mastigue como chiclete
jogue fora na sarjeta
Compre um lote do futuro
cheque para trinta dias
Nosso plano de seguro cobre a sua carência
Eu perdi o paraíso mas ganhei inteligência
Demência, felicidade, propriedade privada
Não se prive não se prove
Dont't tell me peace and love
Tome logo um engov pra curar sua ressaca
Da modernidade essa armadilha
Matilha de cães raivosos e assustados
O presente não devolve o troco do passado
Sofrimento não é amargura
Tristeza não é pecado
Lugar de ser feliz não é supermercado

Tire o seu piercing do caminho Que eu quero passar
Quero passar com a minha dor

O inferno é escuro não tem água encanada
Não tem porta não tem muro Não tem porteiro na entrada
E o céu será divino confortável condomínio
Com anjos cantando hosanas nas alturas nas alturas
Onde tudo é nobre e tudo tem nome
Onde os cães só latem Pra enxotar a fome
Todo mundo quer
Quer subir na vida
Se subir ladeira espere a descida
Se na hora "h"o elevador parar
No vigésimo quinto andar der aquele enguiço
Sempre vai haver uma escada de serviço

Tire o seu piercing do caminho Que eu quero passar
Quero passar com a minha dor
Todo mundo sabe tudo todo mundo fala
Mas a língua do mudo ninguém quer estudá-la
Quem não quer suar camisa não carrega mala
Revólver que ninguém usa não dispara bala
Casa grande faz fuxico quem leva fama é a senzala
Pra chegar na minha cama tem que passar pela sala
Quem não sabe dá bandeira quem sabe que sabia cala
Liga aí porta-bandeira não é mestre-sala

E não se fala mais nisso
Mas nisso não se fala
E não se fala mais nisso
Mas nisso não se fala

sábado, 15 de maio de 2010

A Virada

Hoje começa a Virada Cultural de São Paulo, tem muita coisa que tô afim de ver: Os caras do Buena Vista, Orquestra Imperial, Dicró, Cantoria, Otis Trio... Não sei onde vou conseguir estar porque fico afobada querendo aproveitar tudo. Se não me policio acabo não curtindo nada, porque estou num lugar já pensando na sequencia e assim sucessivamente.
Acho que todo mundo é assim, é natural do ser humano, quando tem muita oferta fica em choque. Em algumas situações, momentos da vida, nos vemos mesmo diante de muitas opções e é complicado eleger, abrir mão de outras coisas. Eu mesma às vezes quero tudo, e quem não quer? A Virada Cultural acaba amanhã, às 18h00, e muita gente vai continuar não sabendo o que escolher viver para ficar feliz. E vai estar num lugar pensando em outro, sempre com a sensação de estar perdendo alguma coisa. Imaginando shows em palcos apoteóticos, fantasiando perfeições, enquanto na verdade esteve ou está diante de reais e infinitas alegorias.
A última vez que estive na Virada foi quase um exercício meditativo. Bastava fechar os olhos para me transpor a outros lugares: Banheiro de rodoviária; no centro de uma roda de bêbados soltando bafo sem parar; rolando em bitucas de cigarro; ou criança, no dia que meu tio Gorditho soltou um pum sentado em mim... As pessoas maltratam muito os espaços públicos por terem a ilusória concepção de que "é de graça". Não meu camagada, não é de graça. Pagamos impostos, e não só isso, todo mundo responde pelas ruas, praças, é nosso. E existem maneiras inteligentes e higiênicas de manifetar indignação com o sistema.
E se fosse de graça mesmo, justificaria o esculacho? A gente esquece o que faz para conquistarmos as coisas, ficamos com essa impressão equivocada de que o que nos cerca está ali por estar, chegou do nada.
E para hoje, foco. Olhos, ouvidos e coração estarão atentos quando os fofos cubanos Barbarito Torres e Ignácio Mazacote oferecerem um momento de puro encanto, que não deve acabar junto ao show.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Otis Trio


O trio, que às vezes é quarteto: Luiz Galvão na guitarra, André Calixto no sax, Flávio Lazzarin na batera e João Ciriaco no contrabaixo. Foto: Luciano Vicioni.

Sempre achei privilégio ter no meu círculo de amigos tanta gente produtiva, curiosa, criativa. Amigos ligados à música, poesia, moda, literatura, putaria, e outras coisas interessantes. Pois bem, ontem visitei alguns desses camaradas. A serviço. Eu, repórter, eles, a banda de jazz contemporâneo Otis Trio. No começo da semana a Folha de São Paulo fez uma materia dando um super destaque pro grupo. Orgulho. Dor de cotovelo. Também quero fazer uma materia com eles, obstinei-me.
Não sou musicista, crítica musical ou coisa que o valha. Não estava lá pra analisar o som deles. Uma pena, porque se tivesse bala na agulha para faze-lo, adoraria. É uma matéria que busca valorizar a região do ABC, celeiro de grandes artistas, contando um pouco do trabalho bem feito do Otis - Porque essa é a cara do jornal que eu trampo - Deixando clara minha admiração e respeito pelo som dos caras. Porque essa é a minha cara.

Pro jornal sempre rolam uns cortes no tamanho, adequações. Aqui vai na íntegra:


Trio de jazz contemporâneo de Santo André ganha espaço na cena paulistana

O Otis Trio vai se apresentar na Virada Cultural neste fim de semana

Por: Marina Bastos
marina@abcdmaior.com.br


Quem passa em frente à casa em reforma, numa rua tranquila de Santo André, repleta de material de construção na fachada, não imagina que em seu interior, a união de jovens talentos forma o Otis Trio, grupo de jazz contemporâneo que vem ganhando espaço na seletiva cena paulistana.

Mas basta se aproximar um pouco do portão para ouvir os acordes do elegante contrabaixo de João Ciriaco. Ao lado dele estão o guitarrista Luiz Galvão, o baterista Flávio Lazzarin e o ilustre agregado, o saxofonista André Calixto. Em ocasiões especiais e sempre que possível, o trompetista Daniel Gralha e o vibrafonista Beto Montag juntam-se a eles.

No ensaio, lapidam composições autorais que vêm conquistando crítica e público, ao passo que vivem intenso processo de criação. O grupo aposta no estilo que ficou consagrado nas vozes e notas de B.B. king, Chet Baker, Miles Davis, John Coltrane e Ella Fitzgerald, ou mesmo Louis Armstrong. E acrescentaram a isso a ousadia e frescor.

O jazz do Otis equilibra o tradicional e o contemporâneo. A interessante fusão de gêneros clássicos como free jazz, hard bop e trip hop, com o que há de mais atual na música instrumental, agrada os aficionados pelo estilo e também quem não está apto a reconhecer elementos e influências em sua música. É original, bem feito e lisonjeia os ouvidos.

Formado em Santo André no início de 2007, o Otis Trio surgiu informalmente, como conta Luiz Galvão. “O João Ciriaco trabalhava improvisação livre, eu já vinha de experiências com vertentes jazzística e instrumental contemporânea e o Flávio também tinha interesse. Começamos estudar temas juntos e nos improvisos começou despontar a identidade do grupo.”

Eles acreditam que no ABCD existam pessoas interessadas no requinte do jazz autoral, (apesar do trabalho do Otis não ostentar glamour e procurar ser agregador e acessível) tanto é que muitas vezes encontram conterrâneos nos shows em São Paulo, mas foi na capital que encontraram seu público. “Esse estilo requer uma certa regularidade e aqui na Região é difícil encontrar casas que investem no tema, numa programação frequente. Precisamos de tempo para apresentar nosso trabalho e cativar o público, e em São Paulo pudemos contar com essa cultura”, explica Flávio Lazzarin.

Luiz Galvão destaca que o jazz é um investimento a longo prazo para as casas. “Não é um tipo de música que acontece e faz sucesso de uma hora pra outra, as pessoas precisam conhecer, começar a apreciar, valorizar o trabalho de uma banda instrumental, é quase um treino, um processo.” André Calixto acredita que um fenômeno está acontecendo em relação ao público. “Hoje é muito comum vermos um pessoal jovem, que tem sua rotina, seu trabalho, mas à noite sai para curtir um programa até então inusitado pra gente da sua idade, o cara vai ouvir um vinil, um instrumental dos anos 1950, conheço muita gente assim aqui no ABC e o Otis é a trilha sonora desse movimento.”

Atualmente o Otis faz temporada aos sábados no Bar B, reduto de boa música e público apreciador dela e das artes em geral, na República. O grupo, que em 2009 marcou presença no Festival de Inverno de Paranapiacaba, passou também pelo Tapas Club, Studio SP e pelo Berlim, conquistou público, e vem levando o ABCD a conceituados palcos de São Paulo.

Virada Cultural 2010 de São Paulo- O Otis Trio representará muito bem a Região num dos maiores eventos culturais de São Paulo. Domingo (16/05) o grupo vai se apresentar às 14h00 no Palco Matrambowski. Avenida Ipiranga, em frente ao prédio Copan, na República, região central da cidade.
Confira o trabalho do Otis Trio em: www.myspace.com/otistrio