A imagem é embaçada, como se houvesse um nevoeiro. Vou entrando por uma casa e gargalhadas são ouvidas de lá. Parada na porta o que vejo é dantesco: Uma sacanagem deslavada. E não há nada de erótico nisso. Uma suruba interminável, homens e mulheres formando uma grande macarronada humana. As pessoas usam máscaras, algumas com cabeças de bichos. São bisões, águias, cachorros e até galinhas. Penso em ir embora, mas sou sórdida e quero olhar mais um minutinho. Começo a gostar. Um pouquinho. A sensação é estranha: Algo meio nojento, mas que incita curiosidades e instintos mais recônditos. Como achar legal quando se aperta uma espinha e ela voa no espelho.
Cena seguinte: Estou numa arena. No centro, um homem em pé sob um tronco de árvore cortado. Uma multidão circunda esse homem baixinho e careca. Alguma coisa pega fogo por ali. O homem não tem o dom da oratória e eu vou dando as coordenadas afim de que ele subjugue a multidão. Falo coisas no ouvido dele, digo que ele tem que mostrar quem ele é, que ele devia dar uma lição naquelas pessoas. Ele se empolga, e eu trato de baixar a bola dele, digo que só comigo ele não pode, que a cara dele é se crescer pra cima de quem deixa e que por mim ele seria sempre dominado. Seria meu capacho, empregado, escravo, nada. Minha sordidez novamente se revela. Acordei atordoada. Em uma única noite fui voyeur de suruba e gerente geral do inferno.
Tenho visto muitas coisas, tantas realidades, tantas pessoas. A impressão que eu tenho é que vivi muitos meses só neste último. E não só isso, tenho vivido muitas horas dentro de uma, dias dentro de um. Isso tem me deixado à flor da pele (o que será que será), e tem uma razão de ser. É a minha vida de jornalista estimulando minha cabeça e me fazendo olhar de outra maneira pras coisas que me cercam. E isso é só positivo. Deixa de ser quando eu não consigo me desligar das muitas formas que vejo durante o meu dia e me afasto do que me mantém no lugar, no meu eixo. Quando eu vejo uma coisa que enche de cor o meu dia e outra que faria o diabo se arrepiar, e, antes de dormir, a segunda é que fica mais forte na minha cabeça. Tudo passa por mim quando o sono ousa se aproximar. Tento me concentrar, lembro de uma fita de relaxamento que eu tinha, tento rezar, tudo me dispersa.
Descobri que do alto dos meus quase 1.80m de altura, eu acordo com medo quando sonho que mando no capeta, e que, nessas horas, e em todas as outras, um abraço ameniza meus tormentos. Em meio ao turbilhão de informações a que venho sendo submetida, está muito bem guardado o que eu acredito, prova disso é que, observando a mega suruba do meu sonho eu pensei “que falta de romantismo”... Está guardado.
Cena seguinte: Estou numa arena. No centro, um homem em pé sob um tronco de árvore cortado. Uma multidão circunda esse homem baixinho e careca. Alguma coisa pega fogo por ali. O homem não tem o dom da oratória e eu vou dando as coordenadas afim de que ele subjugue a multidão. Falo coisas no ouvido dele, digo que ele tem que mostrar quem ele é, que ele devia dar uma lição naquelas pessoas. Ele se empolga, e eu trato de baixar a bola dele, digo que só comigo ele não pode, que a cara dele é se crescer pra cima de quem deixa e que por mim ele seria sempre dominado. Seria meu capacho, empregado, escravo, nada. Minha sordidez novamente se revela. Acordei atordoada. Em uma única noite fui voyeur de suruba e gerente geral do inferno.
Tenho visto muitas coisas, tantas realidades, tantas pessoas. A impressão que eu tenho é que vivi muitos meses só neste último. E não só isso, tenho vivido muitas horas dentro de uma, dias dentro de um. Isso tem me deixado à flor da pele (o que será que será), e tem uma razão de ser. É a minha vida de jornalista estimulando minha cabeça e me fazendo olhar de outra maneira pras coisas que me cercam. E isso é só positivo. Deixa de ser quando eu não consigo me desligar das muitas formas que vejo durante o meu dia e me afasto do que me mantém no lugar, no meu eixo. Quando eu vejo uma coisa que enche de cor o meu dia e outra que faria o diabo se arrepiar, e, antes de dormir, a segunda é que fica mais forte na minha cabeça. Tudo passa por mim quando o sono ousa se aproximar. Tento me concentrar, lembro de uma fita de relaxamento que eu tinha, tento rezar, tudo me dispersa.
Descobri que do alto dos meus quase 1.80m de altura, eu acordo com medo quando sonho que mando no capeta, e que, nessas horas, e em todas as outras, um abraço ameniza meus tormentos. Em meio ao turbilhão de informações a que venho sendo submetida, está muito bem guardado o que eu acredito, prova disso é que, observando a mega suruba do meu sonho eu pensei “que falta de romantismo”... Está guardado.
7 comentários:
Muito bom como sempre...
Nem imagino você pensando essas coisas.... Suruba... Capeta submisso... nem imagino! hahahaha
nossaaaaaaaaa! eis que resurge das cinzas como a fênix!
ótemo!
Revelando sonhos com Maestria!
Se precisar de alguém pra te acompanhar na danação do inconsciente, Mázinha, conte comigo!
(fico aqui imaginando o que eu faria num sonho de Marina: iria incentivar pra entrar no rala e rola coletivo ou iria tirar ela dali? Ia ser a advogada do peixe graúdo das profundezas ou ia alimentar os leões da arena?)
é o que eu sempre digo: o inconsciente é foda!
Adorei o blog e o que você disse no profile.
Voltarei!
beijos
Oi Marina,
Me desculpe por ter "usado" seu texto "Escolhas" sem colocar seu nome. Foi um erro grave meu. Vc realmente escreve maravilhosamente. De novo, me desculpe, isso não acontecerá mais.
Um abraço
Luciana
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