
Entrei no elevador, logo entraram outras pessoas, e, nessas situações, sei lá por quê, sinto uma constrangedora e irresistível vontade de rir. Na hora de sair, falei, vermelha e segurando riso:
-Obrigada!
E uma senhorinha, lá dentro:
- Magina, bem.
Fui embora pensando: “Ué, porque agradeci?? Por eles terem dividido o ar comigo?”. Nada a ver.
Numa outra ocasião, entrevistando um prefeito super sério pelo telefone, tratava-o por senhor o tempo todo. Conversa super formal. Na hora de desligar me distraí com um papo que rolava no msn, um amigo se despedia. Foi nesse momento que eu disse pro prefeito:
-Falou então querido, beijão.
Silêncio do outro lado.
-Pra senhora também.
Mão na testa. Noooossaaa, que que eu disse?? Nada a ver.
E quando a moça do pedágio deseja boa viagem? Eu quase sempre digo:
-Pra você também.
Por que boa viagem??... Eu na estrada e ela lá na cabine, viagem ali só se for de ácido, ela deve pensar ao despejar moedinhas na minha mão. Mas eu sempre corrijo, com sorriso amarelo:
- Quer dizer, bom trabalho. Hehehe.
E ela deve me achar muito, mas muito nada a ver.
De tarde, em casa, tocou a campainha e era um vendedor de rede. Abri a porta:
-Alô?
E ele, meio confuso:
-Alô, quer ver umas redes?
E eu, ainda sem me dar conta da cena nonsense que armara:
-Pode ser, quem é?
E ele, já arrependido de ter tocado minha campainha:
-É o vendedor.
Noossa, que que eu to falando? Muito nada a ver, comecei a rir e não conseguia parar. Acho que o homem das redes ficou com um pouco de dó.
-Obrigada!
E uma senhorinha, lá dentro:
- Magina, bem.
Fui embora pensando: “Ué, porque agradeci?? Por eles terem dividido o ar comigo?”. Nada a ver.
Numa outra ocasião, entrevistando um prefeito super sério pelo telefone, tratava-o por senhor o tempo todo. Conversa super formal. Na hora de desligar me distraí com um papo que rolava no msn, um amigo se despedia. Foi nesse momento que eu disse pro prefeito:
-Falou então querido, beijão.
Silêncio do outro lado.
-Pra senhora também.
Mão na testa. Noooossaaa, que que eu disse?? Nada a ver.
E quando a moça do pedágio deseja boa viagem? Eu quase sempre digo:
-Pra você também.
Por que boa viagem??... Eu na estrada e ela lá na cabine, viagem ali só se for de ácido, ela deve pensar ao despejar moedinhas na minha mão. Mas eu sempre corrijo, com sorriso amarelo:
- Quer dizer, bom trabalho. Hehehe.
E ela deve me achar muito, mas muito nada a ver.
De tarde, em casa, tocou a campainha e era um vendedor de rede. Abri a porta:
-Alô?
E ele, meio confuso:
-Alô, quer ver umas redes?
E eu, ainda sem me dar conta da cena nonsense que armara:
-Pode ser, quem é?
E ele, já arrependido de ter tocado minha campainha:
-É o vendedor.
Noossa, que que eu to falando? Muito nada a ver, comecei a rir e não conseguia parar. Acho que o homem das redes ficou com um pouco de dó.
São coisas que agente fala e só depois se dá conta, normalmente por distração, e que nesses casos, não trazem a necessidade de retratação. Falar sem pensar só é engraçado nesses casos, uma vez ouvi que é como atirar sem apontar.
Quando digo algo que diz respeito a mim, a sentimentos, meço muito bem, e respondo por tudo o que digo. Falar é atitude. E tem algo maior por trás, a intenção. Depois disso, a palavra, o beijo, o soco, o choro, são secundários. Não quer dizer que de vez em quando a porca não torça o rabo e eu me arrependa de alguma coisa que disse. Mas caminho e faço por onde para que minha mão só venha de encontro à minha testa por algum “obrigada” fora de hora, e não por algo que possa magoar ou ficar ecoando minha cabeça, até porque, nunca sei muito bem como voltar atrás, o que aliás, também não tem nada a ver.