Gostava tanto das aulas de biologia que cheguei a ficar em dúvida se trabalharia com algo relacionado às ciências ou se sucumbiria à comunicação. Fiquei com a segunda opção, mas ainda guardo nesse baú infinito da minha memória, explicações incríveis sobre processos naturais que muitas vezes aplico à minha vida. Voltava pra casa depois da aula com aqueles termos esquisitos ecoando... fagocitose, pinocitose, gineceu, pedúnculo... E como é perfeito, pensava. Comecei acreditar mais em Deus durante as aulas, pois só assim seria possível a existência de movimentos tão bem orquestrados e elementos tão apropriados para cada coisa. É nisso que me apego quando questiono meu papel ou de outras pessoas em determinadas situações, longe de ser um pensamento conformista, mas lembro dos tais movimentos para acreditar que tudo tem um porquê e faz parte de um contexto maior, que nossa limitada visão de homo sapiens (bota aspas aí) não nos permite enxergar.
Enfim, uma das coisas que sempre me encantou é a diferença entre os pecilotermos e os homeotermos. Os pecilo são os sapos, lagartixas, cobras e outros bichinhos. A temperatura do corpo deles varia de acordo com o ambiente, então eles não sentem frio ou calor, porque essas sensações se dão da diferença da temperatura interna com a externa. Em compensação fervem e congelam mais rápido que nós e morrem disso, os pobres. Essa ausência de sensações deve tornar a vida um tanto monótona. Pro bem ou pro mal, não sentir é a pior possibilidade.
Já nós, o Tom Zé, os pôneis, o Chico Buarque, somos abençoados homeotermos. A nossa temperatura interna é sempre igualzinha e protegida de todas as inconstâncias. Mesmo quando gelamos ou fervemos, por dentro desfrutamos da tranqüilidade de homeotermos. Quando tudo fica confuso, amontoado, quando o tempo resolve ser impiedoso, quando me falta calma, bom senso, a classe, o juízo, lembro que aqui dentro está tudo na mais perfeita ordem. Quando me perco, me acho, quando a paixão me esquenta o peito, o ciúme ferve, quando sinto a pressão baixar, a voz aumentar, quando não acho a palavra, o jeito, quando rio na hora que não devia. Lembro que sou humana e homeoterma... E como isso é perfeito.
5 comentários:
"Lembro que sou humana e homeoterma... E como isso é perfeito"
Parece mesmo perfeita.
Mais um comentário usando o que foi dito no post e me torno um grande xarope...
Esse foi o último, assumindo o risco de ser xarope.
Bjo, Marina!
Tatu bola!! Já colecionei, mas nunca mais vi!
Gosto quando você escreve umas coisas assim, meio despretenciosas, mesmo assim com grandes sacadas.
Te adoro Mazinha, sua linda, adoro sua imaginação.
Beijo do seu tamanho!
Curti teu blog. Adorei este texto. Parabéns.
Bjs!
Passadinha rápida pelo meu blog preferido só pra conferir o que tem escrito mazinha.
Publica aquele da raiva Má! não precisa estar sentindo pra escrever.
Vc precisa né... droga... KKKKK
Beijos, te mo muito, sou sua fa numero um
Mininaaaaaaaa acabei de achar um e-mail q o Yuri me mandou a exato um ano atrás ...
Eu o vi lendo muuuito entretido um texto seu e pedi pra ele me mandar o link..
Exato um ano pra eu ler??
Sim.
E definitivamente AMEII!!
E mais ainda esse...
Confesso q tbm fiquei na dúvida e sucumbi a comunicação..
Até logo biotecnologia...
Olá publicidade...
=)
Parabéns pelo blog.
=**
Thay
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